terça-feira, 7 de julho de 2009

Novo Basquete, antigos problemas.

No dia 23 de Maio de 2009, o nosso eterno ídolo do basquetebol, Wlamir Marques, escreveu um pequeno depoimento em sua comunidade no orkut. Com uma simplicidade e objetividade impressionante, Wlamir levantou questões que nos fazem pensar e que, agora com o término do 1º NBB, devemos nos perguntar o que queremos na formação de nossos atletas.


Segue o texto do Mestre Wlamir Marques que gentilmente autorizou a publicação do mesmo.







Após assistir ao 3º jogo do playoff entre o Flamengo x Pinheiros , confesso que me deu vontade de retornar ao mesmo assunto . É incrível tanta falta de raciocínio, de comando, de sutilezas, de caprichos, de organização, etc , etc e etc. Dá vergonha assistir aqui no Brasil um jogo desses: é muita irresponsabilidade para o meu gosto. Muitos erros de interpretação, velocidade extrema, incapacidade mental, puro individualismo, conscientização de jogo zero.
O jogo passa a ser cômico de tanta regalia dada aos atletas e ninguém susta aquilo. Quanto mais correm mais se complicam. Chegam a perder contra-ataques em série por total incapacidade mental. Os dois técnicos assistindo tudo e deixando para os jogadores o destino do jogo e do bumba meu boi , quando eles deveriam ser os chefes de uma grande missão . Um ficou na quadra o tempo todo, o outro foi expulso e ficou fora dando orientações não permitidas pela regra . Tudo isso veio coroar uma grande pelada oficial e muito bem paga.
Custo a acreditar que em sã consciência os nossos técnicos e jogadores aceitam essa forma de jogar como algo confiável e útil ao basquete brasileiro. Estamos na contramão do mundo, a loucura impera e nos falta a oxigenação necessária, só pode ser isso, não pensam e nem medem as consequências . Falam muito em mudanças no basquete brasileiro, mas ela só poderá vir se mudarmos tudo dentro das quadras. Ali está o nosso diabo, ali está a nossa descrença , urge um exorcismo completo . Ali está faltando DEUS, porque o que eu sinto é: "CADA UM PRÁ SI E DEUS PRÁ NINGUÉM."



Através deste breve depoimento do Mestre Wlamir, fica a indagação de onde queremos chegar com a formação de nossos atletas, o que devemos trabalhar com o basquetebol nas diversas categorias e que tipo de valores queremos passar aos nossos alunos?


O relato deste jogo mostra um conceito de liberdade de ações que fragilizam a renovação do nosso basquetebol. Pouca preocupação com os conceitos coletivos de jogo e a falta de capacidade de explorar os pontos fortes da sua equipe mas também de ler os pontos fracos do adversário.



O Basquetebol adoece desta forma e não cria nenhum tipo de "anticorpos" para poder crescer saudável. Vivemos uma formação que a partir do ganho de habilidades pelo atleta, perde-se o respeito com a formação, o compromisso com os fundamentos básicos e cresce o descaso com a consciência coletiva , tudo na mesma proporção.

Vendo o destaque que a modalidade tem ganho na mídia, é preciso também questionar os métodos utilizados na formação dos atletas e que tipo de senso crítico estamos dando aos futuros praticantes? A exarcebação da competição nas categorias de base passando por cima de uma preocupação com uma formação sobre os conceitos do jogo, torna a modalidade carente de conhecimento e de possibilidades.

O "Novo" Basquete Brasileiro precisa ter a humildade de ressignificar seus conceitos sem perder a sua identidade.

sábado, 25 de abril de 2009

O poder do passe

O passe no basquetebol é um fundamento muito valorizado principalmente na NBA. Através dos anos, não foram poucos os armadores que fizeram história por não apenas serem bons jogadores e comandantes, mas principalmente por conseguir criar possibilidades para a equipe definir suas jogadas.


Do Basquetebol recente, Steve Nash é sem dúvida um dos jogadores que mais se destaca neste fundamento pela sua versatilidade e incrível visão de jogo. Nash procura sempre ser um jogador que busca também a cesta. Caso o deixem livre, ele usa de seu excelente aproveitamento de finalização para marcar pontos a favor de sua equipe. Mas quando bem marcado, usa de seu poder de infiltração para deixar os colegas livres próximo a cesta.







Mas temo muito por essa adoração aos armadores, pois a capacidade de deixar o companheiro livre, deve ser um fundamento bem trabalhado em todos os atletas da equipe.

Desenvolver a capacidade de ser agressivo, olhar pra cesta e ao mesmo tempo saber onde estão seus companheiros em quadra é uma habilidade que abre diversas perspectivas de finalização na sua equipe.



Como fica o adversário se todos os jogadores forem bons finalizadores e excelentes passadores?Steve Nash por exemplo tem um talento incrível mas precisa muito da habilidade de seus companheiros de se desmarcarem enquanto ele infiltra em direção a cesta. Prefiro uma equipe que tenha um olhar para todos do que tenha apenas um armador capaz de dar excelentes passes.


Talvez o vídeo a seguir fale melhor por mim.
Entender o que acontece na quadra é um trabalho de paciência, observação, deslocamento certo e de nunca perder a cesta de vista.







Vocês são capazes de treinarem e jogarem assim?

Muito do mérito de uma boa assistência está em quem se movimenta na hora certa para se tornar livre. Muito do mérito de uma cesta está em quem trabalhou pra lhe dar o passe.

No próximo treino, tente juntar estes elementos, seja agressivo tecnicamente, paciente, observador e se no meio do caminho não encontrar a cesta, busque um passe com qualidade.

Até a próxima!